As convicções são inimigas mais perigosas da verdade do que as mentiras
Friedrich Nietzsche
- Tenho medo de te machucar, não quero te iludir, não quero que você se envolva, temo me envolver, não quero te fazer mal...
- Ei garoto! Esquece isso tudo, ja sou grandinha sei cuidar de mim, deixa que eu escolho meus riscos, deixa que eu assumo meus erros, deixa por minha conta juntar os pedacinhos de mim se por acaso eu bater com a cara no muro.
Eu quero me queimar no seu fogo, quero correr todos os riscos, quero enlouquecer de paixão, quero morrer de amor, eu escolho viver cada centímetro de prazer e de angústia que tu pode me proporcionar.
Me deixa nos seus braços, me toca com carinho e me diga mentiras, isso mesmo, mentiras lindas, me fale todas as mentiras mais lindas que existir para que eu acredite nelas e sonhe acordada.
Me beija devagar, me olha nos olhos, deixa eu te falar minhas verdades sobre esse momento, deixa eu me afogar nessa paixão, me deixa te querer pra sempre até que o dia amanheça.
Não me fale do futuro, não cite o passado, viva comigo o presente.
Invente uma mentira pro seu coração também, vamos viver um teatro.
Essa noite vamos protagonizar, seremos atores e a lua será nossa platéia.
Deixa de besteira garoto, vem comigo pra essa aventura, não tenha medo pois tenho coragem para nós dóis.
Mente pra mim!
Me olha nos olhos e mente pra mim.Hoje não quero verdades, deixa elas pra amanhã na hora do café, talvez, ou deixa pra outro dia, escreve um e-mail ou um bilhete.
Isso garoto, escreva as verdades em um bilhete e enterre no jardim, bem fundo.
Me deixe hoje, somente essa noite com as mentiras, mentiras bonitas pra aquecer meu coração e semear meus sonhos.
Me deixa ficar, somente esta noite.
Vamos dormir, eu, você e nossas mentiras, vai ser perfeito assim, para sempre até que o dia amanheça
Você me faz parecer menos só, menos sozinha...
quinta-feira, 7 de novembro de 2024
quinta-feira, 10 de outubro de 2024
Algum dia…
Algum dia iremos ao cinema
Algum dia escreveremos um poema
Algum dia vamos sentir saudades, ficar tristes, acordar sem sorrir
Ele, com os pés no chão, descalços, como quem não se importa em ser nada além de si mesmo
Eu, com a alma despida e a cabeça nas nuvens, como quem nem se lembra mais de quem era antes daquele momento
Olhos nos olhos e é como se ele soubesse como me sinto
O que ele sente me diz com os lábios e com os olhos, mas escolho duvidar, me falta coragem pra acreditar
Algum dia, talvez eu acredite, talvez nem precise
Algum dia pode então ser qualquer dia
Como não contar os dias?
Algum dia seremos história ou apenas memória?
terça-feira, 26 de setembro de 2023
A fraqueza que me fez forte
Ser forte, é nunca assumir o papel de vítima, é não precisar de abraço ou abrigo.
E como poderia ser diferente?
Se mesmo quando era o elo mais frágil, sendo uma criança, teve de agir e ser o elo mais forte a fim de sobreviver, e sendo o elo mais forte não tinha abraço e nem abrigo.
Ser forte era fingir que estava tudo bem.
Precisava ir a escola e fingir que não tinha passado a noite em claro, precisava fingir que não vivia 24 horas do seu dia com medo, não queria que ninguém soubesse de toda violência, de toda violação.
É solitário ser forte.
As pessoas te dispensam em prol do elo mais fraco, afinal sua exposição ao mundo é de fraqueza e dependência.
Não há solidariedade para as dores invisíveis e silenciadas.
Ser forte dói e é exaustivo.
Ser forte é murmurar a dor enquanto a fraqueza grita.
É sorrir com os olhos enquanto chora o coração.
Ser forte é silêncio, é solidão, é não ter abraço e não ter abrigo.
É ter de ser abraço e ser abrigo enquanto por dentro se é abismo.
quarta-feira, 20 de setembro de 2023
Depressão, ela pode pegar você!
Esse é um texto que escrevi em 2009.
Dia típico, relógio desperta na cabeceira da minha cama, aquele som agudo continuo me tira dos meus sonhos, depois de alguns segundos, abro meus olhos e percebo o que está acontecendo. Estou viva!
Mais um dia está começando, levanto meio sonolenta, lavo meu rosto, me olho no espelho e não reconheço aquela imagem.
Pego qualquer roupa, porque nenhuma me agrada mesmo e sigo para meu trabalho.
Em frente ao computador digito, digito, digito, faço algumas contas, respondo e-mails, atendo algumas ligações, e de repente me perco em meus devaneios, fico ali, imóvel, com um olhar fixo e perdido, somente meu corpo presente.
Ouço alguém me chamando, essa voz me traz de volta, é alguém me perguntando alguma coisa que nem presto atenção, simplesmente respondo que não sei.
De volta me pergunto, qual o sentido disso tudo?
O que estou fazendo aqui?
Por que tenho que estar aqui?
Me sinto uma idiota aqui sentada, digitando, lendo, calculando. É isso que eu faço, mas por quê?
Não quero fazer isso.
O relógio parece ir contra minha vontade como se estivesse rindo do meu desespero, insiste em não andar, me torturando cada vez mais.
Ufa. Hora de ir embora.
Chego em casa fico ali parada. Do mesmo jeito que cheguei, só esperando, pensando, perdida dentro de mim mesma.
Opa, dessa vez o relógio correu, tenho que ir para a aula.
Cheguei, sento-me ali, naquela mesma cadeira, sim, na mesma há 3 anos.
Fico ali olhando pra aquela figura a frente da sala a qual denominamos professor, ele fala, escreve, faz umas piadinhas sem graça, e estou ali, sentada olhando pra ele. Para que? Por que?
Não quero saber do que ele está falando.
Não quero estar ali!!!
Sem paciência nenhuma, junto minhas coisas e vou embora.
Fico rodando, sem vontade, volto pra casa e vou pra cama.
Quero dormir, quero que este dia acabe logo, mas se ele acabar logo, significa que amanhã terá um outro, inteiro, com todas aquelas horas!
Não!
Quero ficar aqui, na minha cama, quietinha, não quero ver ninguém, não quero sair daqui, não quero trabalhar, nem estudar, quero dormir e sonhar.
Estou protegida nos meus sonhos.
Quero uma noite eterna!!
O sono não vem, saio, encontro umas pessoas que falam de si, falam dos outros, ouço bastante e falo pouco, tomo uma cerveja, mais uma, de repente me sinto melhor.
Uma vodca, humm agora sim, já consigo contar uma piada e cair na gargalhada com qualquer bobagem, uma dose de uísque, poxa quanta gente interessante neste lugar, eu poderia morar aqui.
As horas passam depressa, mais um ou dois drinques, que fantástico, tenho tanto a dizer, são tantas as risadas, é tudo tão divertido, minha barriga dói de tanto rir.
Hora de ir embora, poxa que triste, despedida com promessa de marcar a próxima.
Volto pra casa e durmo sem nenhuma dificuldade a noite toda!
Ai, minha cabeça dói, esse relógio desperta cada dia mais alto, o som agudo parece facadas em minha cabeça.
Hora de levantar?
Não!
Estou com sede, dor de cabeça e sono. Outro dia daqueles não!
Quero ficar aqui até anoitecer, depois voltar para aquele bar, reencontrar aquelas pessoas, tomar algumas doses, voltar e dormir...
Dormir até o dia em que eu for consumida pelos meus sonhos e não mais acordar!
domingo, 25 de outubro de 2015
Os príncipes
E eu preciso confessar que o tempo todo eu estive errada, todas as vezes que amaldiçoei os contos de fadas e repeti que príncipes não existiam.
Sim, eles existem. Mas não pensem que eles andam por aí vestidos de gala, montados em seu alazão branco. Nada disso!
Eles estão por aí de all star e algumas vezes usam crocs. Eles não fazem serenata na janela, nem declarações sob a luz do luar, não dizem sempre as palavras exatas, não acertam sempre, nem mesmo são perfeitos. Eles vão te fazer chorar. E acreditem, eles roncam.
Mas eles vão fazer você rir até perder o ar, vão cozinhar pra você, vão deixar você dirigir o carro deles, eles vão pedir pra você usar o cinto de segurança, vão te segurar pela cintura quando você for atravessar a rua, eles vão comprar seu chocolate preferido quando forem ao mercado, eles vão contar historinhas quando você pedir, vão te abraçar quando você estiver de TPM, vão fazer cafuné quando você não conseguir dormir, eles vão rir do seu ciúme...
Os príncipes existem e quando eles chegam, todo o resto, se torna nada. A vida tem novo ponto de partida e o "felizes para sempre" se repete todos os dias.
sexta-feira, 31 de outubro de 2014
Sobra Tanta Falta...
- Você sente falta dele?
- Não, sinto falta da vida que nós tínhamos. Sinto falta de acharmos graça nas mesmas coisas, de rir até a barriga doer, sinto falta do tanto que ríamos juntos, a gente ria da gente, ríamos um do outro, das pessoas e situações.
Sinto falta de quando fazíamos poesia juntos, de inventar músicas, histórias, inventar um novo vocabulário, novas danças, caretas e sorrisos.
Sinto falta das noites em claro conversando, o assunto que nunca acabava. Sinto falta do abraço que encaixava, aconchegava, enchia a alma de paz, era meu lugar preferido no mundo inteiro.
Sinto falta de me perder em um olhar.
Sinto falta do colo que me esperava todo final de dia sempre com um cafuné, e eu pedia para que ele falasse comigo e isso sempre virava uma briga porque ele achava que eu queria que ele confessasse algum crime e em seguida tudo virava risos.
Sinto falta de querer dividir todas as novidades.
Sinto falta de compartilhar a antítese de amar comer e malhar, de gostar muito de cerveja e viver evitando beber.
Sinto falta de não caber em mim de tanta felicidade, falta de olhar pra alguém e me perguntar se era possível amar tanto assim.
Sinto falta de olhar nos olhos e viver me questionando se um dia iria encontrar alguém que pudesse ser mais bonito.
Eu sinto falta do som do violão, da voz bonita, das lutas na TV...
Sinto falta de sonhar com casas, jardins, jukebox, adegas, lareiras e meia luz.
Sinto tanta, mais tanta falta de não sentir falta....
sexta-feira, 24 de janeiro de 2014
1, 2, 3 e já!
Sexta feira...
Hoje é sexta, e onde estão nossos planos? Já passou da metade do dia e ainda não discutimos sobre o que vamos comer hoje a noite. E nem vamos, né?
Engraçado, você sempre ria quando eu dizia "né" e aí me perguntava: "né" quer dizer sim?
Quanto tempo falta pro dia em que as coisas do mundo vão parar de girar em torno de você? Quando todas as coisas deixarão de ser uma lembrança sua? Será que um dia vou ter coragem de abrir novamente a nossa caixa, os -emails ou o coração?
Nós temos uma coleção interrompida de bolachas pro chopp, de "mexedor" de caipirinha e de sentimentos bons....
Temos tudo em comum e nada a ver...Não temos nada, e será que um dia já tivemos?
Eu criei, inventei uma história pra gente, inventei um sentimento, eu inventei você. E isso tudo agora, será real ou invenção?
Mas cadê minha inspiração pra recriar os sentimentos, as histórias e as pessoas?
Você não é real, nunca foi real, é faz de conta, marmelada, ilusão. Então vou contar até três e quando eu abrir os olhos você terá ido embora levando tudo que é de mentira em sua mala, ficarei livre somente com as verdades, dessa vez para todo o sempre.
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