domingo, 28 de outubro de 2012
Um dia triste
E quando te abraço eu sinto uma onda de energia que me invade, uma paz, felicidade, uma explosão de sentimentos bons, e eu fico me perguntando se você sente o mesmo, ou como você se sente.
Agora, tudo que tem aqui é um vazio, um estomago comprimido, um incomodo que não há música, álcool ou palavras no mundo que possam preencher.
Palavras bonitas não funcionam hoje, penso por um minuto que talvez os amigos possam ajudar, mas descarto logo a idéia só de lembrar da cara de pena com que me olhavam na noite anterior quando eu fingia, bem demais, até para mim mesma que estava viva. Não quero que sintam pena de mim,e além disso vejo em seus olhos além de pena que compartilham uma gota do que estou sentindo. Não quero compartilhar isso com ninguém.
E eu nem sei por que me sinto assim, não sei se é só saudade, se é amor, paixão. Ou se é porque eu experimentei momentos tão bons que não quero aceitar perdê-los, eu reaprendi o significado da felicidade, me acostumei a ser feliz, agora rejeito a idéia de deixar de ser.
Alivia um pouco quando penso na certeza que possuo que tudo passa, mas me assuto ao lembrar que contigo foi tudo diferente, e talvez o fim também me surpreenda como o ínicio e o meio, ou talvez não.
A única certeza é da incerteza.
Fico aqui, em frente ao computador, enquanto escuto a chuva cair bruscamente la fora, queria estar andando pela chuva, totalmente nua. Queria que a água percorresse todo meu corpo e tirasse dele cada pedaço de você que ainda existe em mim. Quero tirar o gosto do seu beijo da minha boca, a suavidade do seu toque do meu rosto, quero tirar seu cheiro do meu corpo, quero tirar essa saudade do meu peito, esse desejo da minha pele. Penso que o açoite dos pingos em meu corpo possam me trazer de volta a sanidade, desejo que a água leve de mim a lembrança do riso mais bonito, o bico mais feio, os olhos mais doces, a pele mais branca, as palavras mais exatas mesmo quando não faziam sentido, a cumplicidade de alguns momentos, a graça que só a gente via nas coisas mais bobas.
Quanto tempo pode durar uma eternidade? Dependerá sempre da intensidade.
domingo, 14 de outubro de 2012
A corda
Estou definitivamente estou com um problema e preciso dividi-lo com você. Lembra-se que você riu de mim, dizendo que te "xavequei" e que você foi somente me dando corda?
Pois bem, tu me destes tanta corda que me enforquei, isso mesmo, to enforcada. De repente estou me vendo em uma situação inusitada e você precisa saber disso.
Eu tenho um problema e preciso dividi-lo contigo.
Simplesmente estou enlouquecendo. Estou completamente fora de mim. E não pense que comecei a ter problemas depois daquele primeiro beijo, não, isso só tornou os problemas piores do que eles já eram.
Sim! Eu já estava com problemas antes mesmo dos nossos lábios se tocarem, eu já estava dando por falta da minha sanidade mental, do meu eu, do chão que sempre esteve debaixo dos meus pés. Ainda assim eu confiei em todo meu auto controle, em tudo que já vivi antes e enrolei a corda uma vez mais no meu pescoço, e agora estou aqui sem saber o que fazer com essa corda, com esse pescoço, com essa situação.
E muitas vezes eu sinto que dói, realmente dói de vez em quando, mas é só porque tenho algo aqui dentro que não deveria. Só não quero perder tudo isso, essa coisa entre a gente que nem existe mas que ainda assim dói.
Desculpa mas eu não sei viver assim a conta gotas, é difícil demais pra mim viver de sexta a domingo no céu e passar de segunda a quinta no inferno, como estranhos. Não consigo medir palavras, sentimentos, dosar a intensidade do meu ser.
Eu preciso de certezas pra viver, sei que a exatidão não existe, mas ficar em cima do muro com a corda no pescoço está me deixando apavorada. Estou triste, estou com medo. Eu sinto como se estivesse me perdendo de mim, eu sempre achei um cúmulo as pessoas que depositam a responsabilidade de sua felicidade nas outras e hoje me vejo assim, jogando em cima de você toda a responsabilidade pela minha felicidade, ou talvez, pela minha tristeza.
Todos os momentos que tenho ao seu lado são mágicos, é como se tudo que vivi na minha imaginação um dia eu estivesse protagonizando hoje. Eu nunca me permiti ser entregue a alguém e se eu pudesse escolher não o faria jamais, no entanto, estou tão vulnerável e com tanto medo.
Eu me sinto tão idiota por estar tão triste, por estar apaixonada, por ter medo...
E eu não entendo, como você me faz tão feliz e tão triste com a mesma intensidade...Eu já disse uma vez e preciso repetir, a distância me mata, o silêncio me tortura, a indiferença dilacera meu coração....
Por favor, tire a corda do meu pescoço, ou me enforque de uma vez.
terça-feira, 18 de setembro de 2012
Eu não vou desistir!
Ás vezes nos vemos em situações que claramente são armadilhas para nos pegar e nos fazer desistir daquilo que acreditamos. Existem pessoas que estão sempre de cara amarrada e tem sempre palavras ruins para dizer em qualquer situação, pessoas carregadas de ódio que tentam plantar sementes de mal humor, insatisfação e ódio a sua volta.
Pois bem, eu não vou desistir!
Não vou desistir da gentileza, do bom humor nem da humildade! Não vou desistir de ser melhor, não vou desistir de acreditar em um mundo melhor, não vou desistir de sonhar, não vou desistir de acreditar nas pessoas, eu não vou desistir das pessoas!
Eu acredito no lado bom das pessoas, eu acredito em tudo de bom que há em mim, e eu não vou deixar que ninguém tente mudar isso! As pessoas são para mim as atitudes que elas têm comigo, jamais serão as palavras que alguém possa usar para defini-lás.
Eu não vou desistir de aprender, não vou desistir de me perdoar, eu não vou desistir de tentar sempre perdoar quem me causa dor, eu não vou desistir de estar sempre, sempre sorrindo.
Eu não vou desistir de demonstrar a grandeza que há na simplicidade.Não vou desistir de seguir em frente e se preciso for não desistirei de voltar atrás, não vou desistir de escrever minha história, não, eu não abro mão de ser protagonista da minha vida.
terça-feira, 11 de setembro de 2012
Poesia...você vê?
Seria possível encontrar loucura e poesia nessa nossa rotina do dia-a-dia?
Eu acedito que existe poesia em tudo a nossa volta, no entanto, nem sempre conseguimos olhar para as coisas e enxergar a poesia que há ali, mas não penso que isso seja ruim. O equilíbrio é na verdade o ideal, ou seja, que saibamos o que são (todas as coisas) mas não deixemos de acreditar que podem ser tudo aquilo que quisermos que seja.
E a loucura?
- É o que me move, me impulsiona a esse desafio que me intriga e me fascina cada dia mais: VIVER.
terça-feira, 4 de setembro de 2012
Alguma vez você já quis parar o tempo, congelar um momento, eternizar um sentimento?
Faz três horas e três minutos que estou olhando pra tela em branco e não consigo escrever. Minha cabeça está a mil, ficou assim o dia todo e quando estou assim preciso escrever.
Estou aqui há horas censurando as palavras, indecisa, procurando a melhor maneira de começar.
Eu não sei se usar a primeira pessoa seria ideal, talvez devesse usar a terceira, mas logo eu que sempre admirei as palavras escritas com emoção, eu que sempre fui fascinada por ler e conseguir sentir a emoção que foi derramada em forma de literatura...Logo eu, estou com medo de me traduzir em palavras.
Talvez não seja medo, talvez seja somente dúvida, porque ainda não consegui me definir, sinto um nó em mim, e esse nó não desata, nem em tristeza, nem em felicidade.
Há momentos em que ele quase desata, ele pende muito pra tristeza mas há momentos em que ele quase explode pra felicidade.
Uma vez conheci uma menina que inventava amores e dores pra sentir, uma menina que adorava sonhar. O melhor momento do dia para ela era quando deitava, fechava seus olhos e então criava as cenas em sua cabeça, sonhava acordada mesmo, sonhava com tudo que não viveu, com tudo que não tinha, com tudo que jamais viria a ser e com tudo que secretamente desejava viver, ter e ser.
Em uma segunda feira fria ela veio me visitar e começou a falar de seu quase amor. Eu imaginei que mais uma vez ela iria dissertar sobre a personagem que ela criou para amar e sonhar, feito com melodia e som de violão, com cheiro de roupa limpa e gosto de sonho que não se quer acordar. Mas eu estava errada, ela queria me falar de um quase amor novo, diferente e ao mesmo tempo igual.
Eu estava sentada no sofá olhando pra ela, que dê costas para mim se olhava no espelho enquanto falava, como se quisesse se convencer ou mesmo entender suas próprias palavras. E ela perguntou, não sei se pra mim ou se pra ela mesma: "Alguma vez você já quis parar o tempo, congelar um momento, eternizar um sentimento?". Sem me dar tempo para responder, ela continuou a falar:
"Ele, ele cuja existência tinha a mesma relevância de um poste, uma pedra, um cisco, uma bituca de cigarro caída ao chão. Isso mesmo, se não fizesse esforço não era
possível notar sua presença, sua existência. Ele que não se fazia notar.
De repente uma sucessão de acontecimentos inusitados fizeram com que ele fosse notado, visto, sentido, desejado, amado. Eu o amo. Mas eu nem sei qual o seu lado
preferido da cama, não sei qual seu humor pela manhã, não sei qual é sua cor preferida, não sei se gosta mais de doce ou salgado, se prefere quente ou frio, eu não conheço suas manias, nem seus medos, não sei do seu passado. Mas eu sei que seu cheiro é suave, sei que seu abraço é doce, seu beijo tem gosto de romance, seu sorriso é de menino. Sei que ele faz gelar minha barriga, comprime meu estômago, faz com que me falte o ar, me faltem as palavras, me falte o chão. Ele me faz rir com os olhos e redescobrir em mim um coração.
Gosto dos olhos dele, da boca, das mãos, da voz, das palavras, do riso, do andar, dos gestos...Me sinto presa a todas essas sensações que aprendi a sentir, me sinto escrava dessas emoções que descobri, não consigo deixar de querer sempre mais e mais, como se eu quisesse esgotar esse estoque de sensações. Eu só queria mesmo era parar o tempo quando estou com ele, congelar nossos momentos, eternizar esse sentimento porque eu nem mesmo sei qual parte dessa história é verdade e qual parte eu inventei, eu não sei depois de quantas vírgulas surgirá o temido ponto final. Mas eu confesso que já sonho com ele e já sofro por uma nova perda novamente e tão logo sinto saudades de tudo de bom que vivi e já lamento por não viver mais. Já estou a frente do presente..."
Finalmente ela olhou pra mim, e eu pude ver as lágrimas escorrendo pelo seu rosto, era um choro triste, silencioso, e seus olhos refletiam mais um sofrimento inventado. Quando eu ia falar algo para tentar confortá-la, ela correu sem olhar para trás e eu fiquei ali sentada, pensando em tudo que ela tinha me dito e em como era possível alguém viver assim, inventando amor, inventando dor.
Como era possível alguém se antecipar aos fatos e sofrer no presente uma dor que supostamente irá sentir no futuro. Eu não consegui entender, nem imginar como seria
viver como ela.
Mas em uma coisa ela tinha razão, todo mundo pelo menos uma vez na vida já quis parar o tempo, congelar um momento e eternizar um sentimento. É uma pena que ela ao
invés de lutar por isso sempre acabava inventando uma nova dor para sentir e preencher o lugar que deveria ser do seu quase amor para quem sabe um dia ele finalmente deixasse de ser "quase".
domingo, 18 de março de 2012
Incerto
"Me recordei rapidamente de todas as pessoas e coisas que perdi por ainda não estar preparada para elas, ou por ainda ter muita curiosidade de mundo e dificuldade em ser permanente..."
Eu estava bem, com planos traçados, vida resolvida, feliz com minhas escolhas...
Sempre acostumada a ter o controle da situação, quando dei um passo a mais estava certa que controlaria tudo, mas acontece que perdi o controle já no primeiro instante.
Tentei me enganar, negando, tentando me convencer que ainda estava tudo sobre controle que aquele deslize não significava nada, não iria mudar nada...
Mas eu estava errada, esse passo mudou tudo, o que eu havia traçado já não podia ser concretizado, meus planos se foram...
E foi aí que meti os pés pelas mãos como sempre, mas a culpa foi sua, e somente sua. Você que entrou na minha vida do nada, me fez rir, tocou meu rosto com delicadeza, me tirou o folego, roubou meu chão, me deixou ser tão eu como há tempos eu não podia ser.Você que deveria ser nada, de repente se mostrou tão diferente do que eu esperava, do que eu conhecia, do que estava acostumada, muito mais do que eu merecia...
Eu não estava pronta pra você.
Foi tudo tão especial, e fiquei tão confusa, tão dividida entre meus planos e você...e no meio dessa confusão toda eu me perdi e te perdi, finalmente chegamos ao fim que eu tanto desejei desde o ínicio e agora?
O que eu faço com esse ponto, sem nenhuma vírgula, quando tudo que eu queria na verdade eram reticências...?
Eu estava bem, com planos traçados, vida resolvida, feliz com minhas escolhas...
Sempre acostumada a ter o controle da situação, quando dei um passo a mais estava certa que controlaria tudo, mas acontece que perdi o controle já no primeiro instante.
Tentei me enganar, negando, tentando me convencer que ainda estava tudo sobre controle que aquele deslize não significava nada, não iria mudar nada...
Mas eu estava errada, esse passo mudou tudo, o que eu havia traçado já não podia ser concretizado, meus planos se foram...
E foi aí que meti os pés pelas mãos como sempre, mas a culpa foi sua, e somente sua. Você que entrou na minha vida do nada, me fez rir, tocou meu rosto com delicadeza, me tirou o folego, roubou meu chão, me deixou ser tão eu como há tempos eu não podia ser.Você que deveria ser nada, de repente se mostrou tão diferente do que eu esperava, do que eu conhecia, do que estava acostumada, muito mais do que eu merecia...
Eu não estava pronta pra você.
Foi tudo tão especial, e fiquei tão confusa, tão dividida entre meus planos e você...e no meio dessa confusão toda eu me perdi e te perdi, finalmente chegamos ao fim que eu tanto desejei desde o ínicio e agora?
O que eu faço com esse ponto, sem nenhuma vírgula, quando tudo que eu queria na verdade eram reticências...?
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